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Quero parabéns e respeito.

  • Foto do escritor: GISELE  BARROZO
    GISELE BARROZO
  • 9 de mar. de 2021
  • 3 min de leitura

Atualizado: 9 de mar. de 2021

Uma análise, um desabafo e algumas reflexões sobre ser mulher



Na última segunda -feira, dia internacional da mulher, vi muita gente dispensando os parabéns em troca de mais respeito.

Eu, não dispenso nada. Quero tudo o que eu tenho direito.


Há anos que eu, como mulher, estou em desvantagem de benefícios e reconhecimento. Há anos que venho lutando para conquistar, o que é considerado o básico, para a ala masculina.

Foi só em 1879 que tivemos o direito de estudar em uma faculdade, exatos 70 anos depois da criação da primeira instituição de ensino brasileira.


Votar? Só conseguimos em 1932, mas, obviamente, desde que tivéssemos a autorização do marido.


Foi só em 1962, com o Estatuto da Mulher Casada, que foi dispensada a autorização do digníssimo marido para que a mulher pudesse trabalhar.


No ano que eu nasci, as mulheres deixaram de ser obrigadas a levar um homem quando fossem assinar um contrato.


Entre outras lutas e conquistas pelo meio do caminho, foi em 1988 com a Constituição Federal Brasileira, há apenas 33 anos atrás, que passamos a ser consideradas iguais aos homens.


E você acha que magicamente, a partir dessa data, tudo se resolveu?

Uma lei não tem tanto poder assim para mudar crenças e costumes. O processo é lento.

Ainda hoje, homens que exercem as mesmas funções que as mulheres recebem 30% a mais de salário.


Somos arrimo de família em grande parte dos lares brasileiros, simplesmente, porque os homens abandonaram seus filhos como se eles fossem exclusivamente responsabilidade da mãe.


Aliás, por falar em paternidade, e aqui abrimos espaço para as exceções porque elas existem, cabe esclarecer que o pai não dá uma “ajudinha” para a mãe com as crianças, faz parte da paternidade a criação dos filhos em conjunto com as mulheres, entenda-se nesse tópico, dividir todas as responsabilidades.


Ainda hoje, continuamos precisando trabalhar em três ou mais turnos, nos sobrecarregando de atividades e funções para darmos conta de tudo o que a sociedade continua a nos impor como sendo “obrigação da mulher”.


Somos iludidas a sermos guerreiras e batalhadoras, para esconder o fato de que estamos sobrecarregadas.


Mas, apesar de tudo, seguimos, mesmo quando somos traídas, abusadas, violentadas física e emocionalmente. Seguimos porque não temos outra alternativa.


E não temos trégua, mesmo diante de uma pandemia que assola o mundo, tivemos que conciliar o nosso trabalho doméstico, mesmo estando em home office e as crianças com aula on line,


Sem dizer que apesar de estamos tal qual um equilibrista administrando os pratos, ainda sofremos com um aumento considerável da violência doméstica durante o mesmo período.


Vocês não queriam igualdade? Alguns ainda irão dizer.


A questão é que as desigualdades não podem continuar existindo! Precisamos ser iguais considerando todas as nossas diferenças.


Queremos entendimento que as nossas contribuições femininas valem tanto quanto as masculinas.


As nossas vozes também precisam ser ouvidas, elas estão cheias de significado e contribuição para o bom andamento das nossas relações, das nossas casas, das nossas cidades e do nosso país.

Não queremos anular o masculino, nem nos sobrepor a ninguém.


Queremos nos co-relacionar dentro da nossa feminilidade.


Mas, para isso precisamos que nos reconheçam, que também acreditem que somos capazes, precisamos de ajuda, de colaboração, precisamos da valorização do feminino.


Estamos cansadas de sermos guerreiras, batalhadoras, já sabemos tudo o que podemos e somos capazes.


Queremos parar de provar a todo momento, o nosso real valor.

Já é passada a hora de nos liberarem de todos os rótulos e de nos respeitarem.


E se nesse contexto, você se lembrar de nos dar parabéns, o receberemos de bom grado.


Afinal, uma coisa não anula a outra, não é mesmo?


Beijinhos,


Gisele








 
 
 

Comments


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Olá, que bom ver você por aqui!

Espero que ache o conteúdo interessante e que ele desperte em você algo especial.

Beijinhos, Gisele

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